Vivemos em um tempo que as pessoas têm se tornado cada vez mais inclinadas ao relativismo em geral. Enquanto alguns acreditam que algumas atitudes e comportamentos são corretos, outros enxergam as mesmas ações e o modo de viver como errados. Ao longo da história sempre houve esse tipo de divergência. O foco não é julgar certos atos que a lei aborda com muito cuidado e que são passivos de punição. Existe pessoas especialistas para interpretar tais aspectos.
Primeiramente, quero considerar o significado da palavra “erro” que carrega muitas reações e sentimentos. Você sabia que existe outras definições importantes para essa palavra? Quero citar algumas com um aspecto convidativo ao diálogo. O erro pode ser compreendido como: desvio, engano, falta. Como o ato de vagar, andar sem destino, apartar-se do caminho, enfim, perder-se.
Ninguém gosta de errar! Passamos por situações que ficamos chateados e deixamos sentimentos considerados ruins tomarem conta quando outros erram conosco. O mesmo ocorre quando também erramos com alguém. Para alguns é tão ruim errar que fazem de tudo para evitar certas atitudes e situações preferindo se privar. Têm pessoas que por outro lado, pouco ligam quando erram, e torcem apenas para que nenhuma consequência recaia sobre elas. É sempre bom evitar qualquer extremo.
Quando um assunto aponta para questões que podemos considerar relativas, faz-se necessário ponderar alguns campos do conhecimento. Por exemplo os aspectos morais e éticos, filosóficos, sociológicos, pedagógicos e outros. Quero focar sobre o viés pedagógico e assim observar algumas características que podem nos ajudar quando erramos.
O pedagogo é aquele que conduz a criança no caminho. O que ajuda a conduzir o ensino. Como é verdade que ninguém nasce sabendo, com o passar do tempo para a formação da sociedade, sempre foi necessário ter pessoas auxiliando no caminho do saber. Considerando esse aspecto pedagógico podemos refletir em relação ao erro.
O engano é o primeiro aspecto. Quando comentemos atitudes que outros podem chamar a atenção para reconsiderar o que fizemos, é preciso analisar por qual motivo isso ocorreu. No processo de formação somos conduzidos por tutores que dizem em boa parte do tempo o que podemos ou não fazer, visando nos guiar no processo de formação para uma vida saudável. Por isso, quando chamam nossa atenção, é gratificante podermos mudar nossa forma de pensar tendo novas possibilidades de fazer o que é certo.
Outro aspecto é apartar-se do caminho. Quando alguém age de maneira a se afastar de bons hábitos, de pessoas importantes, e de lugares saudáveis, julgamos com mais rapidez que ela não está bem. Avalio que esse tipo de comportamento seja importante chamar atenção de maneira a alertar os riscos que a pessoa corre caso ela continue se apartando do que é bom e certo.
Por fim, o aspecto perder-se! Lembra de pessoas ou circunstâncias que parecem não ter mais jeito? Julgamos caso perdido! Em situações em que o desânimo e a descrença se encontram, é vital ter pessoas que não desistam de nós. Que ajudam a acreditar que é possível recomeçar, que motivam a perseverar no caminho dos saberes e do crescimento para fazermos o que é correto. Pois alguém só pode andar certo quando de fato compreendeu o que é errado. Isso é possível porque existe pessoas que nos ajudam nesse processo de formação. Sejamos gratos aos ‘pedagogos’ e aos processos pedagógicos que a vida nos proporciona para não vivermos no erro.
(*) Leonardo da Silva Taveira é especialista da Área de Educação, da Escola Superior de Educação, do Centro Universitário Internacional Uninter