09/12/2020 às 12h10min - Atualizada em 09/12/2020 às 13h20min

Moda sustentável mostra resiliência e aponta crescimento na indústria criativa

Entre os setores mais dinâmicos da Economia Criativa, a moda tem a tarefa de liderar a mudança para uma produção inovadora, circular e sustentável, que valorize e proteja a biodiversidade e que esteja atenta às exigências de uma nova demanda de mercado.

DINO
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O Brasil Eco Fashion Week – BEFW chegou à sua quarta edição com conteúdos gratuitos transmitidos totalmente online no site e no YouTube. Durante 10 dias de evento, foram quase 400 mil impressões nas redes sociais.

Realizado em novembro, o BEFW teve aumento de 250% no alcance de público em relação a 2019 -- validando o interesse e a demanda por cadeias produtivas e de suprimentos mais sustentáveis. “Há expectativas para que o setor da moda lidere uma produção inovadora, circular e sustentável que atenda às exigências do meio ambiente e do mercado”, explica Rafael Morais, diretor executivo do evento. 

Com o tema “Conectar para regenerar: Moda e Planeta”, o BEFW realizou 33 painéis de conteúdo educacional e inspiracional, 13 workshops multiplicando saberes, 18 desfiles consolidando o segmento na moda brasileira e expôs 61 marcas no Mercado Eco -- que segue ativo em dezembro, com aplicativo desenvolvido exclusivamente para o evento, focado em transparência e rastreabilidade por blockchain.

A versão online reuniu 123 painelistas do Brasil e EUA, Inglaterra, Chile, Portugal e Índia com temas da moda com intersecção entre cultura, inovação, tecnologia e negócios. As pautas atendem ao público interessado em responsabilidade social e ambiental na cadeia produtiva da moda, em sua maioria, pessoas de 18 a 40 anos. 

Além de criatividade, arte, cultura e matérias-primas na cadeia de valor, a moda promove o desenvolvimento social e econômico. Trata-se de um setor que emprega 75% de mulheres em suas etapas produtivas. Portanto, a moda deve fazer parte da estratégia de crescimento do país -- sobretudo porque essa indústria é bastante estruturada. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção – ABIT, com a cadeia têxtil mais completa do Ocidente, o Brasil engloba desde a produção das fibras até os desfiles de moda, passando por fiações, tecelagens, beneficiadoras, confecções e varejo. 

Cláudia Sousa Leitão, com o painel “A Economia Criativa como estratégia de desenvolvimento sustentável”, ressaltou na abertura do evento que a economia tradicional depende da Economia Criativa para se desenvolver: “enquanto a confecção é um setor tradicional da indústria, o design de moda é o que vem transformando essa indústria”. 

Além disso, enquanto setor criativo, “a moda deve se comprometer com o desenvolvimento sustentável que valorize e promova maior projeção aos saberes locais e toda a biodiversidade natural e cultural do país”, afirmou a especialista em Economia Criativa, pesquisadora de Indústrias Criativas da Universidade Estadual do Ceará, e consultora da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). 

Painéis de conversa indicam como a inovação e os processos de produção e de gestão conduzem a moda para o caminho da sustentabilidade 

Um dos mais importantes painéis desta edição foi “A moda dentro dos limites da Terra”, com a presença da britânica Kate Fletcher, do Centre for Sustainable Fashion da University of the Arts London -- a mais citada no campo da moda e sustentabilidade, com 9 livros e mais de 70 publicações acadêmicas e da professora doutora, consultora e escritora Lilyan Berlim.

O painel “EcoDesign brasileiro e Mercados Globais”, mediado por Geni Rodio, consultora de moda e mercado da ABIT, foi uma conversa sobre elementos e diferenciais para atender o exigente mercado internacional. Giuliana Bortolato, compradora internacional e curadora da Emerging Talents Milan participou deste diálogo. Vale lembrar que ela visitou o 3ºBEFW, em 2019, e firmou parceria com o evento para a realização de desfile de marcas brasileiras selecionadas, no evento italiano da Semana de Moda de Milão, em 2021. A ação integra o projeto Brasil Eco Fashion Exportação, em parceria com o programa Texbrasil, da Abit, com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos - Apex-Brasil.

Os parceiros corporativos Renner e Sebrae Nacional trouxeram o projeto “Encadeamento Produtivo e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS’s) na cadeia de fornecimento”. Os painelistas dialogaram sobre práticas para o desenvolvimento de pequenas e médias empresas.

Já o painel “A busca por sustentabilidade no consumo online de Moda”, via Mercado Livre, destacou a nova aba ‘Consumo Consciente’.  Como um dos patrocinadores do evento, também contribuiu com resultados de pesquisas de tendência de consumo para o mercado 'verde'.  

Para o diretor executivo do evento, a ideia é reunir criadores, pesquisadores e lideranças da indústria, da inovação e do mercado para criar uma rede de cooperação e aprendizagem mútua. “A partir do compartilhamento de informações e experiências podemos gerar novas oportunidades de negócios para a moda sustentável”, diz Morais.   

Rodada de Negócios e plataforma para rastreabilidade das marcas

Uma das missões do evento é promover as marcas no mercado. Na programação de 2020 foi realizada a Rodada de Negócios Internacional com compradores da Espanha, França, Espanha e México. O encontro virtual foi realizado em parceria com o programa TexBrasil. 

Para a Natural Cotton Color, que realizou desfile no BEFW2020, a Rodada de Negócios ajuda as marcas participantes a entender o nível de exigência do mercado internacional. “Nesta rodada, iniciamos negociação com uma empresa espanhola. A expectativa é que nossas peças entrem em diálogo com marcas líderes do mercado de luxo trazendo mais trabalho e renda para a cadeia produtiva local”, diz Francisca Vieira, CEO da marca.

No Mercado Eco, houve exibição de produtos por meio do aplicativo "Brasil Eco Fashion" em parceria com a empresa uruguaia Blockfashion.  A plataforma estimula a transparência na cadeia produtiva porque tem a praticidade de gerar um QRcode com criptografia em blockchain para rastreabilidade de matérias-primas, fornecedores e custos das marcas.

As gravações dos Desfiles foram na Unibes Cultural, em São Paulo. Com o evento encerrado,  o Brasil Eco Fashion segue compartilhando conteúdo:  “A ideia é continuar promovendo encontros com especialistas gerando informações e dados sobre moda responsável”, conclui Rafael Morais. 



Website: http://brasilecofashion.com.br
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