O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou, na última quarta-feira, 10, do Encontro Nacional do Agronegócio, evento promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Após um um discurso de cerca de 1 hora, ele foi ovacionado pelo público em diferentes momentos. Bolsonaro começou a fala fazendo uma crítica ao fato de diversos países da América do Sul terem, atualmente, representantes de esquerda no poder. Para ele, o Brasil não pode entrar “nesse trenzinho vermelho” e é preciso “ver o que está de errado” nos países vizinhos. O presidente também fez críticas, mais uma vez, a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por conta de diversos embates que o mandatário tem tido com o TSE, motivados por seus questionamentos em relação às urnas eletrônicas, falando de transparência e segurança, ele disse que a questão das eleições colocam em xeque a liberdade da população brasileira. “Nós temos mais que o dever, o direito de aperfeiçoar as instituições, desconfiar, debater, ninguém tem o poder de falar ‘aqui eu mando, ninguém mete a colher, é assim e quem for contra está atacando a democracia’. Que pipoca de democracia é essa que estão atacando? Seja qual for o lado, queremos o bem do nosso Brasil”, declarou.
Jair Bolsonaro ainda aproveitou sua fala no evento para fazer mais uma crítica à carta em defesa da democracia da Universidade de São Paulo, que já tem mais de 800 mil assinaturas e deve ser lida nesta quinta-feira, 11, na Faculdade de Direito da USP. Ele mencionou o fato de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinar, ter feito adesão ao texto da carta. Bolsonaro não chegou a citar Lula nomenalmente, mas também fez outras críticas a ele, mencionando que no primeiro plano de governo do PT havia uma menção sobre uma possibilidade de fazer uma regulamentação da produção agrícola, mas que isso já teria sido retirado do plano de fato. Bolsonaro se referiu ao ex-presidente como “bêbado”, “sem-caráter” e “malandro”. Em outro momento, Bolsonaro também incentivou os produtores rurais e participantes do evento a comprar armas e minimizou o combate às fake news.
*Com informações da repórter Paola Cuenca