22/03/2022 às 17h04min - Atualizada em 23/03/2022 às 00h00min

Humana: o impacto na vida de meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade no Brasil

Com recorte etário de 16 a 24 anos de várias regiões do país, a instituição realiza projetos de impacto social para desenvolver o plano de vida das beneficiárias

SALA DA NOTÍCIA Redação


O aumento das violações aos direitos humanos de meninas e mulheres e o desinvestimento em Políticas Públicas, são evidenciados nos relatórios Situação de Direitos Humanos no Brasil da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH, 2021). Dados da ONU, divulgados no Fórum Econômico Mundial em 2019, também mostram que a desigualdade de gênero só vai ser equilibrada daqui a 257 anos, se continuarmos neste ritmo. Além disso, o Brasil tem uma das maiores desigualdades de gênero na América Latina, ocupando o 22° lugar entre os 25 países da região. E, as maiores disparidades no país são verificadas na participação política e nos salários.

O desejo de contribuir com o terceiro setor foi um dos propulsores que motivaram três mulheres a criarem a Humana, uma Organização não governamental pelos direitos humanos de meninas e mulheres. Assim, em março de 2020, a Humana “nasce” para colaborar na formação de uma sociedade inclusiva, onde meninas e mulheres no Brasil tenham autonomia para desenvolver e realizar seus planos de vida. À frente do projeto estão a advogada e pesquisadora em direitos humanos e gênero Ana Marinho, a internacionalista e mestre em Economia Política Internacional Ana Laura Magalhães, e a jornalista e educadora financeira Mônica Costa.

O Brasil é o 5° país mais violento para as mulheres no mundo. Só no terceiro trimestre de 2020 registrou-se 8,5 milhões de mulheres a menos na força de trabalho, na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados do IBGE, colhidos na Pnad Contínua.  “Diante desse cenário, o objetivo da Humana é influenciar políticas públicas que promovam mudanças estruturais na sociedade, garantindo os direitos humanos de todas as meninas e mulheres. Para isso, investimos na educação para potencializar a vida delas, sistematicamente excluídas e em vulnerabilidade socioeconômica”, diz Ana Marinho.

A Humana tem como matrona e conselheira da primeira turma de beneficiárias Nina Silva, CEO do Movimento Black Money & D'Black Bank, considerada pela revista Forbes em 2019 uma das 20 Mulheres Mais Poderosas do Brasil e, recentemente, eleita a mulher mais disruptiva do mundo em cerimônia do Women in Tech Global Awards em Portugal. Para mapear e criar conexões entre coletivos já atuantes na luta pela igualdade de gênero e racial com empresas dispostas a investir socialmente na causa de forma estratégica, o projeto conta com parcerias institucionais, o Pinheiro Neto Advogados, Rede Mulher Empreendedora, Fin4She, Ticket, Movimento Bem Maior e Benfeitoria. A Humana tem como investidor social a Unidas, e a Sitawi como gestora financeira do fundo.

“Por meio de um mapeamento de coletivos ao redor do país, identificamos a capacidade de crescimento dessas meninas e mulheres e atuamos com o propósito de ser uma ponte entre o setor privado e a sociedade, a fim de que ambas as partes sejam beneficiadas pela riqueza e diversidade das beneficiárias invisibilizadas pelo sistema”, explica Mônica Costa. 
 
O primeiro projeto da instituição é o Plano Vida que irá apoiar 30 beneficiárias, de 16 a 24 anos, do estado de Minas Gerais, que fazem parte do Coletivo Empodere MG. O projeto terá duração de dois anos com acompanhamento de uma articuladora social, pesquisa de impacto e inclusão produtiva e resultará em uma pesquisa com visão histórica e uma proposta para contribuir com soluções para problemas estruturais de desigualdade de gênero e interrupção do ciclo de pobreza e violência pela autonomia de mulheres.

A expectativa da instituição é criar uma rede de impacto para diminuir a desigualdade de gênero no Brasil através da distribuição do capital investido. Com o contexto social de cada região e uma ementa educacional própria, uma das principais ferramentas é a geração de pesquisa para conhecimento científico e influência em políticas públicas. “Acreditamos que desta maneira o projeto consegue evoluir ao mesmo tempo em que se preocupa com a evidência do que está sendo proposto. Não é só focar na captação e no investimento social, mas também compreender a forma com que podemos contribuir para mudanças de longo prazo na vida dessas meninas e mulheres”, conta Ana Laura.
 
A Humana também tem uma campanha aberta na Benfeitoria para arrecadação de doações para contribuir para o financiamento das atividades. Qualquer pessoa pode contribuir. 
 
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