O estado do Rio de Janeiro registrou 14.208 casos de sífilis no ano passado. Levantamento feito pela Gerência de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), da Secretaria de Estado de Saúde revela que a maioria dos infectados tinha de 20 a 29 anos, mais da metade era do sexo masculino e tinha ensino médio completo.
Em 2020, foram notificados 12.884 casos em gestantes, sendo a maioria jovens, na faixa de 20 a 29 anos de idade, com ensino fundamental incompleto. A maior parte dos diagnósticos ocorreu nos meses finais de gestação.
Devido ao alto índice, principalmente entre os mais jovens, a 11ª edição da Semana da Saúde, que começou nesta terça-feira (23) e vai até quinta-feira (25), no Largo da Carioca, no centro do Rio, oferecerá 130 testes rápidos para detecção de sífilis por dia. As senhas começam a ser distribuídas às 7h.
No primeiro dia do evento, dos 130 exames realizados, 22 tiveram resultado positivo para a doença, e os pacientes foram encaminhados para tratamento. É fundamental que os parceiros sexuais também sejam tratados para que não haja reinfecção.
Segundo o secretário de estado de Saúde, Alexandre Chieppe, o teste é simples: uma pequena perfuração no dedo, algo parecido com o exame de glicemia, e fica pronto em poucos minutos. “Com a diminuição de casos, internações e óbitos provocados pela covid-19, estamos conseguindo direcionar esforços no combate a outras doenças que acabaram subnotificadas nos últimos dois anos”, disse o secretário.
Para Chieppe, a Semana da Saúde é uma das maiores ações de saúde pública realizadas ao ar livre no estado. “Queremos chamara atenção para a importância dos cuidados com a saúde, a prevenção e a doação de sangue”, afirmou o secretário.
Chieppe destacou que, quanto mais cedo se descobre a infecção, menor o risco de adoecimento, tanto para os adultos quanto para os bebês. “No estado do Rio de Janeiro, no ano de 2020, ocorreram 213 óbitos por sífilis congênita. Óbitos que seriam evitáveis, já que temos acesso ao diagnóstico e tratamento gratuitos pelo SUS [Sistema Único de Saúde].”
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sífilis afeta 1 milhão de gestantes por ano em todo mundo, levando a mais de 300 mil mortes fetais e neonatais e colocando em risco de morte prematura mais de 200 mil crianças. Estima-se que cerca de 25% das gestantes infectadas apresentem como desfecho morte fetal ou aborto espontâneo e que 25% dos recém-nascidos apresentem baixo peso ao nascer ou infecção grave.
O teste rápido para sífilis é oferecido pelo SUS.
A sífilis é uma infecção sistêmica, de evolução crônica, causada pela bactéria Treponema pallidum, transmitida pela relação sexual, sem preservativo, com pessoa infectada; pela mãe infectada para o bebê por via transplacentária (transmissão vertical) ou durante o parto vaginal, se a mãe apresentar alguma lesão sifilítica. É uma doença exclusiva do ser humano e curável.